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Arroz doce é uma das sobremesas que mais aprecio e que muito me lembra a minha infancia na fazenda de Barra Bonita onde minha avó tinha o hábito de entrar na cozinha no período da tarde para preparar aquilo que os netos gostavam. Avó sempre serviu para isso: para mimar os netos. Eu me sentia especial quando ela me preparava o arroz doce e ela ficava feliz de ver eu devorar a tigela.
Foi uma pena que essa receita se perdeu e que eu não pude repetir aquilo que vovó preparava com quanto carinho. Aqui no Blog da Tutu eu reproduzo uma receita que vem dos cadernos de receitas de Dona Custódia Leopoldina de Oliveira. Datam de 1863 e 1864 e são considerados os cadernos mais antigos que se tem notícia no Estado de São Paulo. Dona Custódia era irmã de Bento Quirino dos Santos, personagem da história de Campinas que teve participação no Partido Republicano. Seus cadernos tem centenas de receitas como pudim, bolo de fubá, pão de ló do céu” e “bolo do amor”. Os originais pertencem ao arquivo da família Quirino dos Santos, sob a guarda dos Arquivos Históricos do Centro da Memória da Unicamp. Esse achado ocorreu na minha recente visita ao Hotel Fazenda Capoava, em Itu onde existe o Espaço Memoria que conta a história da fazenda nos períodos das monções, ciclo do açúcar, café e gado contemplando o cotidiano, a cultura alimentar e o papel da mulher nessa dinâmica. Aqui vai a receita centenária de Dona Custódia que parece que tinha uma mão muito boa.
ARROZ DOCE QUEIMADO DA DONA CUSTÓDIA
Para 6 pessoas
Ingredientes
200 g de arroz lavado
400 ml de água
1 pitada de sal
1 pedaço pequeno de casca de limão
1 colher de café de canela em pó
400ml de leite fervido coado e ainda quente
200g de açúcar
1 colher de sopa de manteiga
Modo de preparo
1. Colocar na panela o arroz, água e a casca do limão;
2. Levar para ferver e abaixar o fogo e deixar até que os grãos estejam macios e com o mínimo de água no fundo da panela
3. Tirar a panela do fogo, retirar a casca de limão, soltar os grãos com um garfo;
4. Em outra panela derreter o açúcar até obter um caramelo não muito escuro, juntar a canela em pó e em seguida o leite coado e a manteiga;
5. Quando o caramelo estiver completamente derretido e incorporado ao leite, deixar a mistura reduzir por 10 minutos.
6. Juntar o arroz cozido e solto mexendo delicadamente;
7. Deixar esfriar em temperatura ambiente;
8. Levar a geladeira;
9. Servir com canela em pó.
O destaque do Espaço Memória é a área dedicada à cultura alimentar, especialmente do período dos bandeirantes. Receitas de três gerações da família Almeida Prado, proprietária da Fazenda Capoava e tradicional no Estado, podem ser consultadas em painéis que estampam a caligrafia original de quem as escreveu. Como prova de que o pão nosso de cada dia tem fortes raízes na culinária paulista, a chef Heloísa Bacellar (Lá da Venda) foi convidada a fazer releitura de algumas das antigas receitas, que passam a fazer parte do menu do restaurante do hotel fazenda.
“O estado de São Paulo tem grande importância cultural e econômica para o nosso país. Revitalizar esse espaço e trazer uma nova exposição com tantos detalhes é um convite a todos para conhecerem sua história, suas raízes”, comemora Neca Setúbal, idealizadora do projeto.
Além dos hospedes do Hotel fazenda, visitantes também podem conhecer o Espaço Memória Capoava. Grupos e escolas podem agendar com guias às terças, quintas e sábados, mediante reservas pelo telefone (11) 2118-4100 ou
reservas@fazendacapoava.com.br
- fotos arquivo pessoal
2 comentários:
Nossa que interessante essa valorização das antigas receitas e costumes!
Adoro esta receita e me lembra tb a minha infância!
Abs,
Marília
Marilia, é incrível que toda a memória afetiva que tenho quase sempre está ligada a comida, por que será?
Obrigada por seu comentário, bjo Tutu
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